segunda-feira, 1 de março de 2010

Cura-me

No filme Paixão de Cristo, lembro-me de uma cena que me marcou muito – Jesus ainda criança correndo e brincando como toda criança normal, mas de repente ele cai e sua mãe corre para acudir o filho tão amado.

Quando Jesus era um homem e estava carregando a cruz, caindo várias vezes durante percurso, sua mãe Maria ficou sem poder fazer nada pelo filho, além de chorar e acreditar que aquelas feridas trariam frutos. Isso me faz lembrar quando eu era um bebê, minha mãe conta que meu pai tinha o maior cuidado comigo e medo de que um dia alguém pudesse me machucar. Sempre ficava por perto, observando a maneira que pessoas me pegavam e cuidavam de mim. Ele tinha medo de eu me machucar e me ferir gravemente.

Como todo ser humano normal eu cresci, mesmo meu pai tomando o maior cuidado para que ninguém me machucasse quando era criança, eu acabei várias vezes caindo de bicicleta, várias vezes colocando o dedo na tomada e várias vezes me machucando fisicamente, quando não emocionalmente. Nossos pais, por muitas vezes também terem se machucado na vida e se decepcionado com o mundo, querem criar um lugar onde estamos protegidos de todos os males, mas um dia este mundo de fantasias acaba, na medida em que nós crescemos, queremos independência e a eles só resta ficarem observando o nosso crescimento e aprendizado de longe. Eles sonham e querem que não soframos, mas acabamos sofrendo neste mundo.

No decorrer de nossa história, muitas vezes cometemos erros que nos causam medo e feridas que demoram a cicatrizar. Quantas vezes fizemos certas coisas que depois nos arrependemos de ter feito? Quantas vezes oferecemos nosso coração a certas pessoas e elas simplesmente desprezam o nosso amor? Quantas vezes aqueles com quem compartilhamos nossos sonhos simplesmente nos roubam ainda mais? São tantas feridas causadas durante a nossa vida, que muitos têm tentado superar os seus medos e vencer os traumas causados no decorrer dos anos. Alguns chegam a falar “será que DEUS gosta de ver eu me machucando? Que espécie de Pai é este que não faz nada pelos seus filhos?”

DEUS é como o pai que eu tive e que você talvez tenha ou teve quando criança, que tinha o maior cuidado com você. Tinha medo de você se machucar e se frustrar. Tentou criar um mundo onde nós poderíamos viver em comunhão, livres do mau e de frustrações, mas um dia abrimos mão e pedimos nossa independência, querendo voar mais alto que os sonhos de DEUS e buscar nossos próprios sonhos, ignorando os conselhos do Pai.

DEUS, por uma boa parte de nossa vida, passou a nos olhar de longe, muitas vezes chorou junto conosco, dando colo de Pai. ELE via o quanto você e eu sofríamos, mas entendia que o melhor a ser feito era te deixar caminhar segundo a própria vontade, esperando que um dia aprendêssemos com os nossos erros e compreendêssemos que nem tudo nos convêm.

Para eu aprender a não colocar dedo na tomada, tive que levar um choque (olha que meu pai sempre me disse que dava choque a tomada). Para aprender a andar de bicicleta, várias vezes tive que cair, para aprender que não se pode parar de pedalar quando se quer ficar equilibrado na bicicleta. Para ouvir meus pais, quando diziam para usar o protetor solar quando fosse ficar no sol, tive que me queimar muito. Tive que errar muito e me ferir para aprender que meus pais só queriam o meu bem.

O que mais me deixa impressionado, é que sempre que eu errava e admitia meus erros, em vez de meus pais me castigarem, eles começavam a cuidar das minhas feridas. Passaram noites sem dormir, do meu lado e esperando eu me recuperar das minhas feridas e dos meus traumas. Esperando que eu tivesse aprendido com os meus erros.

Assim é DEUS, nos esperando para nos curar, para fechar todas as feridas que foram causadas em nossas almas e nos ajudar a superar os traumas causados. Precisamos de cura a todo estante, mas cura não é o bastante em muitos casos, pois não admitimos facilmente que erramos e precisamos de cura. Ao invés de buscarmos a Ele e não nos machucarmos mais, acabamos correndo para fora dos braços do Pai novamente, abrindo assim mais e mais as nossas feridas.

Olhe para o que está assentado no Trono, de braços aberto dizendo:

- Filho meu, volta para mim. Deixa-me curar as tuas feridas. Deixa-me te ajudar a superar os teus traumas. Não fique mais se ferindo com tantas coisas, meu Filho Amado já pagou pelos seus erros, venha viver comigo o tempo da graça. Aceite os meus conselhos de Pai e volte a andar comigo.

“Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados. “ (Isaías 53:4-5)

Esta esperando o que? Corra para os braços do PAI. ELE te ama e o quer melhor para você!

Gustavo Lisita